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sábado, 20 de novembro de 2010

Viver ou Juntar dinheiro?

Há determinadas mensagens que, de tão interessante, não precisam nem sequer de comentários. Como esta que recebi recentemente.

Li em uma revista um artigo no qual jovens executivos davam receitas simples e práticas para qualquer um ficar rico. Aprendi, por exemplo, que se tivesse simplesmente deixado de tomar um cafezinho por dia, nos últimos quarenta anos, teria economizado 30mil reais. Se tivesse deixado de comer uma pizza por mês, 12 mil reais.

E assim por diante.

Impressionado, peguei um papel e comecei a fazer contas. Para minha surpresa, descobri que hoje poderia estar milionário. Bastaria não ter tomado as caipirinhas que tomei, não ter feito muitas viagens que fiz, não ter comprado algumas das roupas caras que comprei.

Principalmente, não ter desperdiçado meu dinheiro em itens supérfluos e descartáveis.
Ao concluir os cálculos, percebi que hoje poderia ter quase 500 mil reais na minha conta bancária. É claro que não tenho este dinheiro.

Mas, se tivesse, sabe o que este dinheiro me permitiria fazer?
Viajar, comprar roupas caras, me esbaldar em itens supérfluos e descartáveis, comer todas as pizzas que quisesse e tomar cafezinhos à vontade.

Por isso, me sinto muito feliz em ser pobre. Gastei meu dinheiro por prazer e com prazer. E recomendo aos jovens e brilhantes executivos que façam a mesma coisa que fiz. Caso contrário, chegarão aos 61 anos com uma montanha de dinheiro, mas sem ter vivido a vida.


"Não eduque seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz. Assim ele saberá o VALOR das coisas e não o seu PREÇO"





sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Nova prova do Enem não aumentará custos....

Haddad: nova prova do Enem não aumentará custos

Ministro confirma a realização de outro exame para alunos que tiveram problemas com a folha de respostas. Data ainda não foi definida

Gabriel Castro

Após a liberação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) pela justiça, o ministro da Educação, Fernando Haddad, minimizou nesta sexta-feira os problemas com a prova. Ele garantiu que a necessidade de reaplicação do Enem a 2 mil alunos não vai significar custos adicionais para o governo. De acordo com ele, a gráfica responsável pela impressão das provas irá arcar com as despesas necessários para a realização do novo teste.

Durante entrevista coletiva no Recife (PE), o ministro também destacou que as falhas nos cadernos de respostas atingiram menos de 1% do universo de 3, 3 milhões de estudantes inscritos. E afirmou que não haverá quebra das condições de equilíbrio na disputa entre os candidatos - graças à chamada Teoria de Resposta ao Item, que, segundo Haddad, permite que alunos possam ser avaliados igualmente mesmo que tenham respondido a questões diferentes.

A data da nova prova ainda não foi definida. Anteriormente, o Ministério da Educação havia cogitado aplicar a avaliação na primeira semana de dezembro.

Haddad comemorou a decisão judicial que revalidou a prova, até então suspensa por determinação da Justiça Federal do Ceará. O ministo havia viajado ao Recife (PE) para tentar convencer os magistrados a acolher um pedido do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela aplicação do teste, e derrubar a liminar concedida pela Justiça Federal do Ceará contra o Exame. Mas não foi preciso: quando chegou a Pernambuco, o ministro soube que o desembargador Luiz Alberto Gurgel de Faria, presidente da corte, havia revalidado o Enem.

Risco - A decisão não é definitiva: a Procuradoria da República no Ceará vai pedir que a determinação de Gurgel seja reavaliada pelo plenário do Tribunal de Pernambuco. E é bom lembrar: a decisão que põe fim à suspensão do Enem não encerra o processo que tramita na Justiça Federal do Ceará e que pede a anulação total da prova - o que pode ocorrer a qualquer momento.

O gabarito do exame deve ser divulgado ainda hoje na página do Inep na internet: www.inep.mec.gov.br. Já os alunos prejudicados pela inversão no cartão de respostas terão de preencher um formulário no site do Inep para realizar uma nova avaliação. Aproximadamente 2 mil estudantes precisarão fazer o novo exame. A divulgação dos resultados deve ocorrer em 15 de janeiro.

Vazamento de dados ENEM.

Vazamento de dados não diminiu mérito do Enem, dizem educadores

Sob o ponto de vista da educação, o vazamento dos dados pessoais de quase 12 milhões de alunos que prestaram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) entre 2007 e 2009, revelado na quarta-feira, não deverá comprometer a credibilidade da prova, segundo especialistas ouvidos por VEJA.com. Eles também acreditam que ele seguirá como uma avaliação importante do sistema de ensino nacional - e que o episódio deverá ser tratado como problema administrativo, sem comprometer o valor da prova.

O mestre em educação Cláudio de Moura Castro, colunista de VEJA, afirma que o episódio do vazamento ficará para a história do exame apenas como um "acidente de percurso". "O que não pode ocorrer é uma exploração sensacionalista do fato", explica. Castro ressalta ainda que é preciso tomar cuidado para não confundir os problemas de gerenciamento da prova, a cargo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), com sua importância para a educação. "Esse vazamento não vai tirar o mérito do Enem".

Gilberto Lacerda, professor da Universidade de Brasília (UNB) e PhD em educação, concorda que a relevância do exame deverá superar os tropeços de sua aplicação. "Esse é um consenso no meio acadêmico", afirma. Por isso, ele duvida que os problemas ocorridos desestimulem estudantes e escolas a participar do exame. "O Enem é um sistema de grande complexidade, suscetível a erro, a exemplo do que pode ocorrer com um sistema bancário ou eleitoral", diz. "O que acontece é que, como seu impacto atinge milhões de jovens em todo o Brasil, a comoção em torno do assunto é muito grande".

Caso de polícia - Doutora em educação, Sandra Maria Zakia Lian Sousa, professora da Universidade de São Paulo (USP), considera lamentável o vazamento dos dados pessoais. "Infelizmente esse é mais um problema que constata o quão comprometida está a gestão do exame", afirma a especialista. "Particularmente, acho o episódio um caso de polícia". Vale lembrar: a universidade paulista não adota a nota do Enem como critério de seleção de seu vestibular, como acontece nas universidades federais, por discordar do método da prova federal.

http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/vazamento-de-dados-nao-diminiu-merito-do-enem-dizem-educadores

Por que o Enem errou de novo?

Para especialistas, exame sofreu grandes mudanças de forma acelerada, e seus responsáveis não se adequaram a seu gigantismo

Em 2009, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi reformulado, e o que inicialmente era uma avaliação do que os estudantes aprendiam naquele período escolar se transformou em um atalho para as universidades federais. Neste ano, por exemplo, 59 dessas instituições de ensino superior vão considerar, em alguma medida, a nota obtida pelos estudantes no Enem em seus processos seletivos. A mudança, contudo, foi acelerada demais: na visão de especialistas ouvidos por VEJA, aí estão as sementes dos erros que se sucedem no exame. Em 2009, a prova foi cancelada às vésperas de sua aplicação após ser furtada da gráfica. Um ano depois, dados sigilosos de 12 milhões de inscritos vazaram na internet. Finalmente, no último fim de semana, erros de impressão prejudicaram o desempenho dos estudantes.

"A mudança de conceito do exame foi grande, e realizada em pouco tempo, sem o devido preparo das pessoas envolvidas”, diz Álvaro Chrispino, doutor em educação e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-RJ). "A estrutura do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela avaliação, não cresceu na mesma proporção da importância da prova." Para se ter ideia do que fala o professor: quando foi aplicado pela primeira vez, em 1998, o Enem contou com cerca de 157.000 inscrições. Doze anos depois, o número é quase trinta vezes maior: 4,6 milhões de candidatos.

Ernani Pimentel, presidente da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos Públicos (Anpac), corrobora com a avaliação. "Instituições responsáveis pela elaboração e aplicação de qualquer concurso público devem ter experiência comprovada nessas tarefas: isso é fundamental para um concurso bem-sucedido", diz Pimentel. "Os problemas ocorridos no Enem são reflexo da falta de organização e experiência da autarquia responsável pelo exame, o Inep."

Para Maria Helena Guimarães, que presidiu o Inep durante o governo Fernando Henrique Cardoso, o gigantismo do Enem propicia a ocorrência de erros, como a falha de impressão deste ano, e atos ilícitos, como o fruto do exame, no ano passado. Por isso, seria necessário multiplicar o zelo em todas as etapas da prova. “Ela se tornou algo muito valioso, objeto de desejo de muitos”, diz. A especialista prega uma reformulação em várias etapas. A começar pela impressão das provas. "O erro descoberto no sábado, mostrando incompatibilidade entre a numeração das questões dos cadernos de perguntas e de respostas, é de responsabilidade do Inep. É preciso mais rigor na confecção das provas", afirma.

Outro ponto a ser revisto, na visão de Maria Helena, é a estratégia de aplicação da prova, que atualmente é simultânea em todo o território nacional. “O sistema de correção do Enem, baseado na teoria de resposta ao item (TRI), permite que ele seja descentralizado: ou seja, provas diferentes, com o mesmo grau de dificuldade, podem ser aplicadas em datas distintas, sem prejuízo ou benefício aos candidatos.” O sistema é utilizado em avaliações nos Estados Unidos como o SAT, espécie de vestibular americano que ocorre sete vezes ao ano em cidades e datas distintas. “Hoje, só a China tem um vestibular unificado maior do que o Enem. Esse tipo de estratégia de aplicação única não é solução para o Brasil”, diz.

A descentralização na aplicação poderia fazer do Enem um exame mais seguro. Isso porque, devido a suas dimensões, é impossível aplicar a ele medidas de segurança válidas para outros vestibulares bem-sucedidos, como Fuvest e Unicamp (a cargo da Comvest) e variados concursos a cargo da Cesgranrio.

Em sentido inverso, as etapas de formulação funcionam melhor centralizados, defendem especialistas. É novamente o caso de Fuvest, Unicamp e Cesgranrio. Nessas fundações, todo o processo de elaboração, revisão, digitação, diagramação e impressão dos testes é realizado dentro da própria instituição. “Isso aumenta o comprometimento dos profissionais envolvidos com a integridade do exame", diz Renato Pedrosa, coordenador do processo de seleção da Unicamp. Ao que o especialista em concurso público Ricardo Ferreira acrescenta: "Quanto mais terceirização nessas fases, maiores as chances de erro ou fraude", diz. No caso do Enem, dá-se o seguinte: o Inep formula questões, uma gráfica escolhida por licitação faz a impressão e um terceiro aplica a prova.

A cada erro nos processos do Enem, faz-se ao menos uma vítima: a educação brasileira. "Os erros que temos visto dificultam a aceitação do valor que o Enem merece. A cada novo tropeço, a imagem da prova fica comprometida perante milhões de jovens que se preparam o ano todo para fazê-la", diz Chrispino, da FGV-RJ.

Elio Gaspari e o Enem

“máquina de moer carne”

Amigos, trecho do irretocável artigo de hoje de Elio Gaspari, em vários jornais, inclusive a Folha de S. Paulo, sob o título “Os educatecas do Enem levaram bomba”:

“Quando o Enem/Vestibular foi lançado, a garotada poderia fazer a prova duas vezes por ano, talvez três. Desistiram, preservando a máquina de moer carne, obrigando o jovem a jogar seu futuro num só fim de semana.

[O ministro da Educação, Fernando] Haddad e o Inep sabem que um similar americano do Enem, o SAT, é oferecito à garotada em sete ocasiões ao longo do ano.

O teste é feito on-line e as questões são praticamente individuais, simplificando-se conforme o desempenho do estudante.

Os educatecas não gostam desse exame, porque os obrigaria a trabalhar muito mais, expandindo seu acervo de questões e obrigando-os a conviver com uma cultura de provas eletrônicas, abandonando o método medieval e do papel e caneta (lápis é proibido).

Buocrata gosta é de assinar contrato, de preferência sem licitação.

Deu no que deu”.

10/11/2010 às 11:51 \ Política & Cia